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No Learning Zone de hoje falamos de mais um tema tabu da nossa indústria: a inclusão de cargas na produção de espuma. Para muitos, trata-se de uma prática incorreta e desleal para com o cliente, mas, pela ausência de regulação da indústria, tornou-se comum.
Uma carga é um produto adicionado à espuma com o objetivo de alterar ou melhorar algumas das suas propriedades como a densidade e dureza. Embora não participe na reação química da produção da espuma, a carga pode ter impacto na densidade e a dureza, por adicionar peso e substância ao produto final. No entanto, não tem impacto nas restantes propriedades, essencialmente naquelas que traduzem a resistência mecânica da espuma e a sua durabilidade, como o compression set, a elongação e a resistência ao rasgo.
O impacto das cargas nas propriedades da espuma é aparente. Na realidade, o aumento que a carga provoca na densidade e na dureza não reflete a estrutura polimérica da espuma ou as ligações que a compõem, mas a carga que nela está depositada.
Uma espuma sem cargas tem mais resistência mecânica do que uma espuma com cargas adicionadas. Assim, espumas com propriedades aparentemente semelhantes podem ter capacidades de resistência mecânica diferentes e, por isso, diferentes graus de “qualidade”.
A inclusão de cargas dá aos fabricantes de espuma vantagens imediatas no valor cobrado (kg/m3) e na diminuição de custos de formulação, porque o preço dos materiais utilizados como cargas é muito menor do que as matérias-primas utilizadas para a produção de espuma. Consequentemente, colocar uma carga numa espuma é proveitoso para um produtor porque pode vender uma espuma de densidade e dureza superiores com um custo de produção menor, sabendo, no entanto, que a sua qualidade será prejudicada.
Alguns exemplos de produtos usados como cargas são o carbonato de cálcio ou o politereftalato de etileno.
Tradicionalmente, o cliente associa determinados valores de densidade e dureza a uma resistência mecânica específica. Contudo, tratando-se de espumas com cargas, a sua densidade e dureza não irão corresponder à resistência mecânica associada. Infelizmente, estas espumas têm menor resistência mecânica e, por isso, resultarão em produtos com menor qualidade do que a desejada.
Na Eurospuma, não utilizamos cargas, para garantir as propriedades reais das espumas que produzimos. Aditivos como o grafeno, o cobre ou o titânio, que adicionamos a algumas das nossas espumas técnicas poderiam ser confundidos com estas cargas. Porém, o nosso objetivo é capacitar as espumas em causa de propriedades revolucionárias, como a dissipação do calor, e não as suas propriedades de densidade e dureza.